BIEL
Deram Asas à Cobra
“Essa história começou antes da própria competição, era a Etapa Nacional de 2019. Após ter passado por todo período de teste pré competição, nós definimos botar um setup da CVT focado em velocidade e aceleração pro Nacional. Quando chegamos na competição, uma dúvida já existente sobre a capacidade de rampa do Najinha ficou ainda maior quando vimos a rampa da prova de segurança. Então, o Motta e Stélio resolveram deixar um setup plano B já pronto caso algo de errado acontecesse. Até aí sem problema, fomos para as dinâmicas e a hora de enfrentar a rampa chegou. Primeira tentativa foi um sucesso na rampa, só que essa prova era uma sequência de rampa, curva pra direita e vala, quando chegava na curva/vala a gente travava. Depois de várias tentativas, a CVT esquentou e o carro perdeu a tração de um jeito que não conseguia passar por nada, travava até em um paralelepípedo por menor que fosse. Decidimos ir para o box faltando uns 40 min para a prova acabar, trocamos tudo correndo só que a CVT ainda estava muito quente então esperamos o máximo que deu pra esfriar a CVT e partimos em direção da rampa. Enquanto a gente não passasse na prova não podíamos ir com o carro ligado e nessa de empurrar o carro até lá, o motor começou a ligar sozinho então tivemos que ir carregando o carro com a traseira meio levantada pra não ter o risco do motor ligar e algum juiz reclamar. Enfim chegamos na rampa novamente, eu estava muito nervoso quando parei de frente pra rampa, quando o juiz me liberou pra ir demorei alguns segundos respirando e sentei o pé no acelerador, o carro simples varou a rampa, decolou literalmente, fiquei sem entender nada por uma fração de segundos em que só via o céu e não sentia o contato com o solo hahahaha um momento inexplicável. A aterrissagem não foi das melhores, cai com a parte de trás do carro na rampa, segui pra curva e vala, passando por tudo até que o juiz invalidou a tentativa por ter derrubado um cone. Segui para reiniciar a prova e dessa vez foi sucesso, teve essa pose pra foto passando pela rampa e concluímos a prova. Depois foi só soltar o grito da garganta e comemorar, dessa vez a Natasha não se deu bem.”
SAMURAI
Calouro de Design
“Entrei pra equipe numa hora interessante, lembro que o processo seletivo tinha fechado UM DIA antes, e eu apareci perguntando sobre. Então, o capitão da época, Vendramini, perguntou de que curso eu era, quando respondi “design”, ele não pensou duas vezes em me chamar pra conversar! O primeiro projeto que desenvolvi ali foi o logo atual, do Reptiles mais bold, blocado. Foi o início da identidade visual da equipe! Um papo sobre ângulo de ataque ser 90°, da ideia de força e resistência na marca, e que o logo fosse atemporal foram os norteadores para o desenvolvimento dela – de brinde, veio a alusão à uma cobrinha, quem sabe aquele joguinho dos nokias antigos? (galera de 2000 que me desculpe, vcs não conhecem isso hahahaha).
Depois da marca feita, as “aventuras” do calouro mofado do quarto período de design não pararam. Responsabilidade de conversar com fornecedor, estudar material, gráfica… Lembro que minha primeira “grande” responsabilidade foi criar o uniforme da equipe, a primeira camisa que a gente ia usar dentro e fora do baja e defender em competições.
O Vendramini chega pra mim: “Samurai, precisamos de um uniforme.” Eu prontamente desenho, simulo no photoshop e envio o pdf com a arte já pronta para fotolito à ele. Ele me responde: “Samurai, o que é que eu vou fazer com isso? Te pedi a camisa, não um pdf… Acha fornecedor e vê preço, porque nosso patrocinador que vai pagar”. Foi a primeira vez que peguei o telefone pra LIGAR pra um fornecedor de camisas, nada de e-mail ou mensagens pelo celular. E também a primeira vez que lidei com essa responsabilidade de gerir pagamentos, etc… Acho que é essa a tal experiência que a gente coloca no currículo quando procura estágio… No dia em que as camisas chegaram, escondemos pra poder entregar a toda a equipe no bar, numa grande reunião/festa, foi um dos momentos mais marcantes no baja pra mim!”
CAROL SANTÓRIO
Vida Pós-baja
“A minha vida pode facilmente ser dividida em duas eras: pré e pós-baja.
A era pós-baja seria a partir do momento em que ele começou a fazer diferença na minha vida, e isso foi muito antes de eu ter passado no processo seletivo. O que muita gente não sabe, apesar de eu falar abertamente sobre isso, é que eu não passei de primeira no PS. Eu acho inclusive que fui bem melhor na 1ª, mas acabou que só passei na 2ª tentativa. A questão é: eu poderia ter simplesmente desistido depois de não ter sido aprovada na última fase do PS, mas foi a persistência em algo que eu queria muito que me permitiu ser aprovada depois – já fica aí o primeiro ensinamento rs.
Quando finalmente entrei na equipe, mais um contratempo: não fui alocada no subsistema que eu queria. Apesar disso, aceitei como uma grande oportunidade de aprendizado: nem sempre as coisas acontecem como queremos, mas é isso que nos permite vivenciar situações que nunca imaginamos. Por exemplo, se lá atrás eu tivesse entrado para transmissão (como eu queria na época) ao invés de design, hoje eu não teria histórias para contar, como a vez em que eu fui designada como responsável de fabricação do chassi do naja (ainda como caloura). Foi quando aprendi que devo acreditar mais no meu potencial, assim como outras pessoas acreditam. E também a história do inesquecível 1º lugar em Ergonomia e Design no Regional 2018 – que me mostrou que, com muita dedicação e trabalho em equipe, somos capazes do inimaginável!!
Essas são poucas histórias de muitas dentro do baja que tiveram impacto muito positivo na minha vida e que me marcaram pra sempre. É isso que o baja faz: ele permite que a gente descubra e aprimore o que tem de melhor na gente! Sou muito grata a todos que fizeram dessa experiência a melhor possível, com vocês, aprendi o significado de equipe.”
LUIZA BARROS
Grande Evolução
“Quando me perguntam qual o meu maior arrependimento dentro da universidade, respondo que foi não ter entrado antes nesse projeto. A Reptiles foi um grande divisor de águas pra mim: em meio às dúvidas diante da minha graduação, a equipe veio para me mostrar um mundo infinito de esclarecimento, conhecimento e oportunidades dentro da engenharia. O processo seletivo em si já foi incrível com dinâmicas e cases desafiadores. Isso me lembra o que eu considero a maior motivação de todos os integrantes: os desafios. Pessoas de diferentes personalidades, jeitos e valores criando um ambiente diversificado, trabalhando com um único objetivo: crescer profissionalmente e pessoalmente, além de levar a equipe adiante buscando cada vez mais reconhecimento.
Dentro da Reptiles, fui me descobrindo como profissional e pessoa. Percebi que, além de ser encantada por projetos, sou apaixonada por pessoas, trabalho em equipe e fazer a diferença. Evolui mais do que palavras poderiam expressar, dado que nosso dia a dia é baseado em resolver problemas e inovar a partir de soluções. Contei com o apoio e confiança de inúmeras pessoas que chegaram a acreditar em mim mais do que eu mesma, me levando depois a enxergar meu próprio potencial. Serei eternamente grata pela família que construí. Sai da equipe com conhecimentos que não acharia em nenhum outro lugar, conhecimento esse repleto de parceria. E descobri como aprender e ensinar poderia ser revolucionário e divertido.
Dado as necessidades da competição, de noites em claro finalizando apresentações, fui constantemente colocada fora da minha zona de conforto. Me envolvi no mundo de Vendas & Marketing acreditando não ter nenhuma afinidade e encerrei meu ciclo na equipe, apaixonada no tema e disposta até a trabalhar no mesmo. Acho que isso mostra a caixinha de surpresa que é esse projeto, em como não existe limite diante das nossas aspirações e propósitos. Levarei sempre essa experiência que transformou minha graduação e minha vida com muito carinho e gratidão.”
GIOVANNA ESPOZEL
Melhor Decisão
“Quando eu penso sobre o baja, acho difícil descrever o que ele foi pra mim. O baja foi uma surpresa, eu não tinha ideia do impacto que ele ia ter na minha vida.
Eu entrei quando era caloura, certa de que ia me formar em mecânica, e achava que o baja seria apenas um projeto onde eu poderia me dedicar algumas horas por dia que estaria tudo ok. Um período depois, eu já tinha mudado completamente de ideia. A Reptiles se tornou muito mais que um projeto: virou uma família.
Ela me mostrou o que é ter tanta determinação para atingir um objetivo que você está disposto a virar noite após noite para ver o carro andar. A equipe com certeza me fez crescer e me desafiou a todo momento. Sem o baja, eu não teria melhorado a minha timidez, nervosismo e até como apresentar um projeto com confiança sobre pressão.
Além disso, como a gestão era feita pela própria equipe, tive uma oportunidade de ser responsável por um subsistema e por outros membros. Isso, mais do que tudo, me ajudou a crescer profissionalmente, e consegui aprender coisas que eu não teria na faculdade.
Na verdade, se não fosse a equipe, eu nem sei se teria mudado meu curso pra elétrica.O baja foi uma grande oportunidade para eu observar a engenharia na prática o que me ajudou bastante a decidir o que eu queria ou não.
Depois de 2 anos na equipe, acho que uma das melhores lições que o baja me ensinou foi que, mesmo que você tenha o melhor esquemático ou projeto, na hora de montar é bem diferente. A eletrônica (e os outros subsistemas) pode simplesmente não funcionar e você precisa manter a calma, mesmo sob pressão, e tentar inúmeras soluções, desde as mais básicas até as mais inusitadas. Nem sempre a solução escolhida na competição vai ser perfeita, e às vezes tudo que você pode fazer é seguir em frente e fazer o carro andar e funcionar da melhor maneira que der.
Olhando pra trás, acredito que ter entrado no baja foi a melhor decisão que tomei na faculdade.”
ANA LETICIA WANDERLAY
Visão de Caloura
“O baja com certeza foi uma das experiências que mudaram minha vida! Lá tive minha primeira experiência do que realmente é trabalhar em equipe e ver a engenharia assim como design aplicados na prática. O baja me ajudou não só a me desenvolver pessoalmente e profissionalmente mas foi uma super experiência que me ajudou muito no meu intercâmbio e no início da minha vida profissional.
Lembro que quando entrei no projeto não entendia absolutamente nada de carro e era praticamente caloura na faculdade. Na época que entrei, estávamos em plena construção do Mussurana, que estava relativamente atrasada, pois a equipe antes do processo seletivo estava com poucos membros. As férias foram intensas, passamos praticamente elas inteiras no laboratório, botando suor – e às vezes até sangue – para que o carro ficasse pronto a tempo da competição. Quando estávamos há 2 dias da competição, e estávamos instalando a direção do carro de madrugada pra dar uma volta, a cremalheira quebrou. O tratamento térmico tinha sido feito errado e a peça estava muito frágil.
Nos meus olhos de caloura eu fiquei desesperada, quase véspera da competição e a uma peça tão importante quebrou… No final deu tudo certo! Demos um jeito e o carro ficou competitivo, minha primeira competição foi incrível! Completamos o enduro inteiro o que até então não era muito comum pra equipe e o Mussurana até voou (literalmente). Essa superação encheu meu coração de orgulho de fazer parte do baja.
O baja pra mim significa achar solução para problemas e aprendi lá que pra tudo existe sim uma solução. É se desenvolver profissionalmente e absorver o máximo de conhecimento possível mas mais importante é ter uma equipe que virou uma família pra mim! E fazer parte de um projeto incrível que pro resto da vida vou levar comigo com muito carinho!”
ANA LUISA FORMOSINHO
Por Que Não Entrei Antes?
“Fazer parte do baja fez toda diferença na minha formação profissional e pessoal.
Fiquei dois anos na equipe, e foram dois anos bem duros. Conciliar a faculdade com a equipe não é tarefa fácil, mas foi a melhor escolha que fiz na faculdade. Não só ganhei muito conhecimento e experiência, ganhei uma família. Nunca me senti tão pertencente a um grupo formado por pessoas tão diferentes de mim, mas que ao mesmo tempo aspiravam pelos mesmos objetivos que eu: crescer como engenheiro e como pessoa. Na reptiles eu aprendi que não existe vitória sem estender a mão ao próximo, e é um valor que pretendo levar comigo a vida inteira.
Hoje, eu tenho o maior orgulho de dizer que fiz parte desse projeto incrível e a única dúvida que eu tenho na minha cabeça é “Por que não entrei nessa equipe antes?
Obrigada por tudo!”
PERCALÇO
Meu Maior Orgulho
“Recorrentemente uma pessoa se pega pensando: o que eu fiz que mudou a minha vida e de outros? O que eu olho pra tras e tenho um sentimento de que eu fiz a diferença?
Minha resposta pra isso sempre foi o Baja, mas especificamente a Reptiles. Um lugar onde nós não só aprendemos a construir e projetar um carro pra competição, mas também sentimos na pele a emoção de ver o seu “filho” competir com uma familia que deu o seu melhor.
Acho que foi um dos momentos mais gratificantes da minha vida, e com certeza meu maior orgulho até hoje, ter construido e projetado um carro que se tornou o melhor do Estado do RJ. Todas as horas no laboratorio, todos os desafios no caminho e todas as dificuldades superadas se tornam o caminho de aprendizado em direção a sua maior conquista.”
MOTTA
Corrida de Revezamento
“Confesso que, para mim, é muito difícil definir o sentimento Baja ou explicar a importância desse projeto em um único texto, mas aqui segue a minha tentativa.
Percebi outro dia que a corrida de revezamento 4×100 é uma perfeita analogia para entender melhor o que é esse projeto. Tô falando daquela prova em que cada corredor é responsável por carregar o bastão por 100 m, o mais rápido possível, e entregá-lo para o próximo do time. Bom, na minha visão, cada corredor representa uma geração da equipe e o bastão é o próprio projeto em si. Durante a sua jornada você tem a obrigação de dar o seu melhor até o momento em que passa o bastão para o próximo. A partir daí, só resta ficar na torcida para que tudo ocorra bem e o próximo dê o melhor de si, assim como fizeram com você antes. Entretanto, nesse esporte, quanto mais rápido você for, melhor. No caso do Baja, é justamente o oposto. Infelizmente, eu aprendi isso tarde demais.
Durante dois anos eu vivi esse projeto intensamente, dia após dia, tentando aproveitar ao máximo. No início, assim como a maioria faz, eu entrei querendo me qualificar para o mercado de trabalho, ter algo para colocar no currículo e acumular experiências para contar em futuras entrevistas de emprego. Apesar de tudo isso ter ocorrido, posso afirmar com tranquilidade que esse tipo de coisa é o que tem menos relevância para mim hoje em dia. É de grande ajuda, não vou mentir. Mas não tem nem como comparar. Eu fico muito mais feliz por toda a família de amigos que eu adquiri, por todas as histórias vivenciadas, pela pessoa que eu me tornei e, principalmente, pela paixão indescritível que eu possuo por esse projeto e por esse carro. E olha que eu nem sou muito fã de carro.
No fundo eu sempre soube que as noites viradas na faculdade e os fins de semana sacrificados seriam recompensadores. Só não podia imaginar que eu seria tão grato por tudo o que passou. Olhando para trás, meu único arrependimento é não ter entrado nesse projeto antes. Se eu pudesse, teria entrado ainda calouro da faculdade. Com certeza isso teria poupado algumas crises de ansiedade. De qualquer jeito, só tenho a agradecer pela existência desse projeto e dessa equipe única e maravilhosa que transformaram a minha vida por completo.
TUDO NOSSO, Reptiles!”
MARINA MORAES
Minha Primeira Competição
“Uma das experiências mais marcantes e que mais me fez aprender no baja aconteceu na minha primeira competição. Era meu primeiro período no baja e tudo era uma grande novidade. Mas a cada dia eu me sentia mais em casa, mais motivada e aprendendo coisas que nunca imaginaria! As ferias pre nacional foram intensas, o subsistema de eletrônica estava voltando de uma competição difícil e trabalhamos sem parar para concluirmos tudo até a a competição. Obviamente muitos problemas aconteceram no caminho, mas se desse tudo certo não era baja!
Quando chegamos na competição, tudo pronto, tudo para dar certo, apresentação na ponta da língua e coração na boca. Nervosismo de caloura a mil! O primeiro dia foi repleto de emoções mas tudo estava encaminhado para fazermos todas as dinâmicas, ufa!
No dia seguinte, o carro estava na prova de lama e ai que a coisa complicou. O botão do mata caiu na mão do membro que acompanhava o carro… algo aparentemente simples, mas a regra é clara e fomos eliminados de todas as provas seguintes. Parecia que o mundo tinha caído em cima de mim. Algo do meu subsistema, que eu era responsável, resultou na eliminação da minha equipe. Não sabemos quem foi o ultimo a fixar o botão. E, na verdade, isso é o que menos importa. Ali naquele momento eu senti na pele o quanto o trabalho de todo mundo é fundamental e impactante, independente do cargo ou subsistema e aprendi, por meio de um choque, o que era o verdadeiro significado de uma equipe. Mesmo sendo caloura senti a responsabilidade nas minhas costas e o que mais me emociona é lembrar como a equipe fez de tudo para tirar esse peso do meu subsistema. O meu coordenador, capitã e diretor de projeto me fizeram enxergar tudo aquilo como aprendizado, secar as lágrimas, resolver o problema e seguir em frente! Nessas horas que vemos a importância dos nossos atos e do sentimento de família. Algo que pode ter parecido pequeno para eles me fez mudar completamente minha visão sobre o o que era a equipe e me apaixonar cada vez mais pelo projeto.
Tudo nosso!”
VIVIAN
Baja, ame-o ou deixe-o
“Uma coisa da qual eu me orgulho muito hoje em dia é que todos os subsistemas, sem exceção, possuem algum veterano ou ex-membro com grandes noções sobre o assunto e capaz de dar conselhos, coisa que naquela época não tinha no subsistema de eletrônica. É incrivelmente difícil você criar algo do zero não tendo muito conhecimento, capital e mão de obra, restando apenas força de vontade.
Na minha primeira competição, eu já achava que o carro ficaria com a eletrônica completa, e não apenas com a luz de freio e a chave geral para cuidar, como aconteceu. Apesar de componentes simples, tive a oportunidade de lidar com problemas logo de cara. Uma bateria que não carregava, e, portanto, um carro com luz de freio falhando pronto para ser avaliado na segurança.
Tive que me enfiar no meio da prova de segurança para dar um “jeito” e fazer o carro competir mesmo sendo um calouro. Apesar de achar que tudo estava resolvido, no Enduro tive novamente a preocupação, e dessa vez a bateria estava completamente morta, e então tive que ir arranjar com outras equipes. O problema foi resolvido e o carro pode voltar para a competição. Foi uma emoção sem igual ter tido a oportunidade de exercer um papel simples mas ao mesmo tempo crucial – sendo apenas um calouro na Equipe. Ali, eu tinha descoberto o sentimento baja.
Dessa competição em diante eu estava determinado a tirar a eletrônica do papel, não importasse o tempo. Isso acarretou um ano e meio depois na melhor eletrônica do Rio de Janeiro e algum tempo depois na top 10 do Brasil.
Hoje, posso afirmar que o Baja me transformou numa pessoa totalmente diferente. A paixão pela Equipe, pelo estilo de vida, pelo próprio mini baja, a vontade de estudar e poder defender o seu projeto, perder medo em apresentações e a oportunidade de coordenar membros são apenas alguns dos aprendizados que essa experiência pode proporcionar.
Sou muito grato pela confiança estabelecida em mim e nos meus companheiros para tirar o subsistema da churrasqueira do papel.
Baja, ame-o ou deixe-o.”
LUCIANA MATILDE
Primeira Capitã Mulher
“Eu fui muito mal no processo seletivo e mesmo assim virei capitã. O que mudou?
Quando eu entrei, tinha gente que não queria que eu estivesse ali, e na minha entrevista me falaram que eu não tinha convencido eles, então eu falei que era para confiarem em mim que eu ia mostrar que valeria a pena eu estar na equipe. Desde o meu primeiro dia lá, eu decidi sugar todos os conhecimentos possíveis, estar presente no laboratório sempre que podia e mostrar que eles poderiam contar comigo pra qualquer coisa. Eu poderia não saber, mas ia fazer de tudo pra aprender.
Assim, eu fui crescendo, fui me apaixonando pelo projeto e ficando mais confortável com a equipe. E o resto foi fluindo. Me perguntam muito o que eu fiz para ser a primeira capitã mulher da equipe, como foi para chegar até ali, quais foram as dificuldades… Mas acredito que eu fui só a pontinha do iceberg da movimentação de mulheres na equipe. Antes de mim, junto comigo e depois de mim tiveram mulheres incríveis passando pela equipe. E o trabalho de cada uma delas foi mostrando pra todo mundo que nós podemos sim trabalhar nessa área e que somos importante para a equipe.
Então, minha dica é não deixar de fazer nada pela opinião dos outros, se você quer mesmo alguma coisa você pode sim conseguir!”
Saquarema (Natasha)
“Acho que todo bajeiro passa por várias natashas na vida e acho que uma das piores que aconteceu comigo foi em uma etapa de teste que fizemos em saquarema. Já era final do dia, começando a escurecer quando: o baja bate em uma parte da pista que não conseguíamos ver e faz um barulho de alguma coisa quebrando.
Logicamente, saímos correndo igual loucos e quando chegamos perto pra ver tinha uma roda caída pro lado (o cubo dianteiro estava quebrado), até ai ok. Continuamos a dar a volta no carro para ver se tudo continuava bem e então achamos mais um erro: nossa traseira estava estranha (quebramos o eixo da homocinetica também). Começamos a carregar o carro para mais próximo de onde estava estacionado o nosso reboque (uma estrada branca) e quando chegamos perto começamos a desmontar a suspensão enquanto o Gabriel foi buscar o carro.
2 minutos depois…. o Gabriel foi tentar entrar na pista e atolou o nosso reboque. A galera se dividiu e uma parte foi tentar ajudar o Gabriel a chegar no carro.
Quando tudo parecia voltar ao normal, carro desatolado, o baja desmontado e já na estrada, a gente já começando a arrumar as ferramentas para voltarmos e a caixa de ferramenta cai no chão toda aberta esparramando coisa para todos os lados. Lembra que estava escurecendo? Pois é, foi só alegria.
Pra terminar, eu só não poderia deixar de agradecer ao senhor (morador ali da região) que pegou sua cadeira de praia, uma cervejinha e sentou do nosso lado para ver o nosso desastre. Sem ele, não teríamos conseguido.
E você, qual foi a sua maior Natasha?”